“Lúcifer rebelou-se pelo fato de ele
ter usado a liberdade de obedecer ou não a Deus?”
(David
Borges Martins, Garopaba – SC)
Douglas Baptista
Aceca da queda de
Satanás e suas consequências funestas, muitos cristãos questionam: Os anjos têm
livre-arbítrio? Como foi possível Satanás rebelar-se? Para elucidar essas
questões, analisemos os textos bíblicos que tratam do assunto.
O livre-arbítrio é o
direito de decisão dado por Deus a todos os seres humanos. Deste modo, todo o
ser dotado de livre-arbítrio é responsável pelas suas ações. O direito de
decidir se baseia na premissa de que se pode escolher entre o bem ou o mal (Rm
1.18; 2 Pe 3.5; Hb 10.26). Assim, os anjos, como Satanás, eram dotados de
livre-arbítrio, o que significa que nenhum deles estava forçado em servir ou
adorar a Deus. Tinham o direito de decidir. E ao fazerem uso deste direito, uma
parte deles decidiu rebelar-se. O mentor desta ação foi Lúcifer.
O nome Satanás é
palavra hebraica que significa “adversário”. Conhecido também como Diabo, do
grego diabolôs, que significa
“acusador” ou “caluniador”. Recebe ainda o nome de Belzebu (Lc 11.15) ou
Baalzebu, “senhor das moscas” (2 Rs 1.16). Igualmente peculiar é o nome
Lúcifer, isto é, “brilhante estrela da manhã” (Is 14.12), em alusão à
influência que exerce no mundo e nos seus habitantes (1 Jo 5.19; 2 Co 4.4). nos
Evangelhos, o termo cunhado é “príncipe dos demônios” (Mc 3.22). em Apocalipse
12.3, é cunhado de “dragão” e no versículo 9, de “a antiga serpente” – ambas
citações aludem à malignidade, sutileza, engano, sagacidade e poder destruidor
do inimigo (Jo 8.44; 10.10).
Portanto, Satanás é
um ser real e não apenas a personificação do mal (Ez 28.13). Originalmente, era
um ser perfeito, irrepreensível, cheio de sabedoria e formosura (Ez 28.12-15).
No entanto, mercê da alta posição ocupada como selo de medida (Ez 28.12), a sua beleza e sabedoria incharam-lhe
o coração e a iniquidade floresceu em seu caminho (Ez 28.15-17). Ao fomentar a
iniquidade, Lúcifer cheio de orgulho e soberba, fez uso do livre-arbítrio para
rebelar-se contra Deus. o texto de Apocalipse 12.4 indica que o poder de
influenciar e a astúcia de Lúcifer arrastaram consigo uma terça parte dos anjos
na oposição contra Deus. como resultado dessa obstinada empreitada, Lúcifer e
seus asseclas foram banidos da presença de Deus (Ez 28.17-19; Ap 12.4). Porém
esse ato de rebeldia não ficou restrito às regiões celestes. Satanás, ao ser
expulso, começou a coagir também os homens para integrar seu plano de altivez
contra Deus (Mc 7.22; 2 Pe 2.18; 2 Co 12.20). Essas ações têm trazido
resultados desastrosos para a humanidade. Fica comprovado deste modo que todo
ser dotado de vontade, quando escolhe o mal em lugar do bem, produz
consequências terríveis para si e para outros.
Diante destes fatos,
concluímos, primeiro, que Deus não é a fonte do mal; segundo, que Ele deu aos
seres criados, inclusive aos anjos, liberdade para decidir; terceiro, todas as
ações cometidas sofrerão juízo. E por fim, fica claro que todos aqueles que
decidem seguir o caminho do pecado e do mal sofrem desilusão e a merecida
condenação.
Douglas
Roberto de A. Baptista é pastor na Assembleia de Deus em Brasília (DF),
presidente do Conselho de Educação da CGADB, formado em Filosofia e com mestrado
e doutorado em Teologia.
Jornal Mensageiro da Paz de Novembro
de 2012, Pág. 17.
Nenhum comentário:
Postar um comentário